Há alguns anos atrás, uma historinha muito interessante aconteceu. Um pastor da Hillsong, chamado Michael Guglielmucci, filho de um pastor também famoso na parada, mentiu acerca de uma doença terminal que estaria passando.
Durante dois anos de emails e vômitos falsos, foi portador (voluntário) de uma leucemia pirata, enganando a igreja e sua família. Enfim, a doença falsa lhe rendeu muita fama, pois foi autor de uma música chamada The Healer (O Curador), na qual, transfere sua confiança para Jesus tirá-lo do suposto estado miserável. A música, obviamente, é bem "estilão Hillsong".. versos repetidos 184 vezes e ainda conta com uma melodia melodramática tocada por 43 violões e cantada por 76 pessoas.. Foi sucesso nas paradas dos irmãos e se tornou o hino da fé na terra do canguru. Além disso, arrecadou uma boa grana de royalties e doações para ajudar em seu tratamento.
Mas, com toda sinceridade, esse fato pouco me importa. Enganador por enganador, entre ele e a vergonha que vemos nas deturpações mentais causadas por alguns líderes religiosos brasileiros, fico com o Pr. Mike. Aliás, quem nunca usou uma mascarazinha, que atire a primeira pedra.. E, por mim, ele não deixaria de ser pastor, nem deixaria de ser cristão, como o pré-conceito da igreja evangélica normalmente age. Além do mais, falsear um câncer por dois anos na frente de milhares de pessoas poderia acontecer com qualquer um.. Enfim, sei que não fui um bom cristão em espalhar os podres do cara, mas é preciso contextualizar.
Nesse vídeo, ele aparece na igreja pra cantar tal música com um tubo de oxigênio ligado ao nariz. Agora, vendo um cara novo, com poucos dias de vida, ao som de uma linha melódica comovente e uma petição desesperada pela sua cura, nem gaúcho macho resiste.
Mas a questão é que o sensacionalismo premiado levou a massa à loucura, aos prantos, aos berros, e, durante todo esse tempo, houve um enorme mover (tem gente que adora essa palavrinha) de fé na igreja e que levaram a outros moveres..
É muito triste ver que a igreja precisa de um cara em suposto estado terminal que nos leve a êxtase emocional para acreditarmos na potencialidade do evangelho de Jesus. Baseamos nossa fé em possíveis resultados e que nem aconteceram ainda e nunca vão, porque nunca existiram.. Vivemos uma falsa fé. Uma fé cega e patética.
Vemos Deus onde queremos vê-lo.
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